NOSSOS CHEFS
Carmen Pedreros
Peru
“Sou ‘limeña mazamorrera’ porque todo mundo em Lima faz algum tipo de mazamorra, o que deu origem à expressão”.
Natural de Lima, cidade cujo centro histórico está classificado como Património Mundial da Unesco, Carmen se considera uma “limeña mazamorrera”, designação popularizada pelo escritor Ricardo Palma (1833-1919) que faz alusão à sobremesa mais produzida em sua cidade. A receita de manjar adaptada dos incas pelos espanhóis ficou tão famosa que hoje é preparada de diversas formas. Na mazamorra morada, o milho roxo é a estrela. Já a maçã é o ingrediente principal da mazamorra de manzana. Foi na outrora denominada Capital Mundial da Gastronomia que Carmen aprendeu a cozinhar, ao lado da avó e da mãe, que também ensinaram às irmãs, mostrando que a comida autoral que mistura a tradição com a influência de outras nacionalidades que colonizaram o país, nasce mesmo nas casas peruanas. Degustar um anticuchos, popular espeto de carne originado na era pré-colombiana que persiste como um prato icônico, ao lado das pessoas que amamos tem um gosto especial. No Peru, as batatas também aparecem em muitos pratos, já que, assim como o milho, há por lá uma infinidade de variedades. Mas o que a causa relleña, o ají de gallina e o ceviche, pratos tão diferentes entre si, têm em comum? A resposta, segundo Carmen, está no aderezo: o ají, a pimenta peruana. O Peru produz pelo menos 50 variedades diferentes de pimenta. Por isso, para os peruanos o aji não é apenas um tempero, é um produto que faz parte da identidade do país.