NOSSOS CHEFS
Soraya Haratydelshad
Irã
“No Irã os alimentos são preparados de acordo com a medicina tradicional, que diz que eles têm natureza quente ou fria. A recomendação é combiná-los nas receitas”.
A moderna capital do Irã, Teerã, é a cidade onde Soraya nasceu e viveu durante 39 anos, estudou Administração Pública e atuou como gerente de uma corretora de valores durante 16 anos. Para ela, a gastronomia era um passatempo, além de uma maneira de estar mais próxima da família e dos amigos. Para os iranianos, a alimentação é ainda uma forma de cuidar da saúde. No país é comum encontrar pratos para serem degustados em diferentes estações, já que alguns alimentos são divididos entre “quentes” ou “frios’. Maçã, chá-verde e peixes, por exemplo, são considerados “frios”. Já a noz-moscada, a pimenta e o cordeiro, são “quentes”.
Quando Soraya chega ao Brasil, em 2018, seu conhecimento sobre a culinária iraniana, praticamente desconhecida por aqui, a leva a preparar receitas tradicionais de seu país, como o Fesenjan, que ao lado do Gheymeh e Ghorm-e Sabzi, forma a tríade dos principais ensopados da sua cultura. Soraya gosta de apresentar esse prato para os brasileiros, pois seus ingredientes ajudam a contar a história de sua terra natal, a maior produtora de romã e a terceira maior de nozes do mundo. Segundo ela, o prato tradicional do norte do Irã, onde predomina o sabor azedo, se disseminou em todo o país, ganhando versões mais adocicadas e agridoces em outras regiões. Essencial em qualquer casamento persa, a receita é apreciada desde 515 a.C., como mostram inscrições nas ruínas da cidade de Persépolis.