Venezuela

“O lumpia representa o bicho-da-seda, servido durante a primavera na China e foi parar na Venezuela com os imigrantes cantoneses.Trago comigo minha versão dessa receita para os brasileiros, que o conhecem como rolinho-primavera”.

Mesmo tendo crescido na cidade de Los Teques, de onde se acredita que tenha surgido um dos mais famosos aperitivos venezuelanos, o tequeño, Yessica estreou na gastronomia por meio de uma cultura diferente da sua: a chinesa. Depois de anos trabalhando em uma grande empresa da área de construção e petroquímica, onde, inclusive, conheceu o marido, a venezuelana nascida em Caracas, e que sonhava em trabalhar com gastronomia desde criança, só conseguiu realizar-se depois de adulta. A duras penas, formou-se como chef internacional após 3 anos de estudo. Ao aterrissar no Brasil, passou a vender comida chinesa com um toque do tempero do seu país, a exemplo do lumpia, rolinhos-primavera que, ao lado do arroz chinês, fazem sucesso entre seus clientes brasileiros. A escolha inusitada, segundo Yessica, se deu pelo fato dos venezuelanos terem abraçado a cultura asiática, tornando sua culinária uma das mais apreciadas no país. Ainda assim, ela não descarta de seu cardápio as receitas típicas do seu país, em sua maioria, feitos com farinha de milho, como a arepa, a hallaca e o majarete, um manjar de coco com leite condensado, entre outras iguarias. Educada para conhecer e respeitar a história venezuelana, a chef costumava viajar para outras localidades, como Tovar, a 60 quilômetros da capital, cidade fundada por imigrantes alemães, que, assim como Yessica, mantém a cultura de sua origem. Entre as diversas atrações do vilarejo alemão, a preferida da chef venezuelana é a arepa de morango com creme de torresmo, prato que une o melhor das duas culturas.